domingo, 31 de julho de 2011

ALHOS E BUGALHOS


01. CAPTAIN AMERICA - A fórmula é rasteira e (quase) infalível: um sujeito que é predestinado a ser herói e salvar algum mundo, recebe de um lugar qualquer (mágica ou tecnologia) uma força especial e ganha a responsabilidade de defender o bem contra o mal, seja ele qual for. É preciso que haja dois conflitos, um interno e outro externo. Um trauma de infância sempre ajuda. Uma mocinha além da fragilidade e, de quebra, um amor impossível. Um bandido psicopata e insano é básico! E muito tiro, grito e nome feio. Se tal fórmula deu sempre tão certo (Superman, Batman, X-Men, Thor, etc...) por que não fizeram uso dela em "Capitão América - O Primeiro Vingador"? O filme é insosso e nada é emocionante. Nada, de verdade, acontece. Alguém disse que é um longo trailer para um próximo filme (Os Vingadores). Muito provável. E nem bons atores como Tommy Lee Jones, Stanley Tucci e Hugo Weaving (que se saiu melhor como travesti em "Priscilla - A Rainha do Deserto") garantem a diversão. Um tiro n´água! Joe Johnston, que fez o melhor dos "Jurassic Park" (o terceiro), afunda na burocracia.
02. MONEY - "Harry Potter e as Relíquias da Morte - parte 2", entra para o seleto grupo de filmes que arrecadaram mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias internacionais. É a maior arrecadação de toda a franquia. E, modestamente, "Meia-Noite em Paris", chegando aos 45 milhões de dólares no mercado americano, é a maior bilheteria de toda a carreira de Woody Allen. No Brasil, cujo público é estimado em aproximadamente 250 mil espectadores, o novo Woody vai chegando em 1 milhão de espectadores. Como diz um bom gaúcho: "Não está morto quem peleia!".
03. METRALHADORA - Glauber Rocha, botou pra quebrar num programa do final da década de 70, chamado "Abertura" da TV Tupi. Não é preciso ter lógica, não é preciso ser coerente, não é preciso ter objetivos claros, porque afinal de contas, é a televisão. Glauber meio Chacrinha, meio Zé Celso, meio Banana de Pijama, deita e rola num Brasil caótico e despersonalizado. Glauber era um gênio? Sei lá... mas fez um filme especialíssimo: "Terra em Transe". Reproduzo aqui um pedacinho da crônica de Nelson Rodrigues sobre o dia em que foi ver o filme... Quem quiser ler o resto que vá ao livro "A menina sem estrelas": "Na própria tarde de sexta-feira, perguntei a um conhecido: - ´Bom o filme?´ E o sujeito, que é um legionário da esquerda idiota, respondeu: - ´Fascista.`Insisti: - ´Rapaz, não perguntei se era fascista. Perguntei se era bom.´ ... Tivemos, eu e o desafeto de Terra em Transe, uma discussão truculenta. Disse-lhe que, para meu gosto, tanto fazia o filme comunista, fascista, espírita, budista, macumbeiro ou jacobino. eu queria, apenas, com minha feroz simplicidade, que fosse um bom filme e nada mais. O bate-boca não chegou a nenhuma conclusão inteligente. Por fim, perdi a paciência e fiz-lhe o apelo: - ´Não me cumprimente mais. É favor. Me negue o cumprimento.´ O que defendemos hoje, com unhas e dentes? Além de dinheiro, é claro!!!

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