quinta-feira, 4 de agosto de 2011

NOVELAS...



Não tem jeito. Aqui em Passo Fundo está passando "Capitão América", "Capitão América", "Capitão América" e "Capitão América", então que nos intervalos dos ensaios de "Canalhas!!!" eu deito no sofá nesse frio de zero grau, agarro-me ao meu cachorricho Speechless, enrolo-me nas cobertas, faço um capuccino e me atraco na televisão. Mediocridade? Talvez, mas acho que é um descanso de loucura, como diria o Guimarães Rosa. Claro que reduzo a capacidade cerebral ao mínimo indispensável e me divirto demais, por exemplo, com a Fernanda Torres em "Entre Tapas e Beijos". Essa mulher é um monstro! Uma criatura inigualável, faz de uma dobrada de joelhos a coisa mais engraçada do mundo, e não tenho dúvidas de que o seu repertório de caretas e intenções deve ultrapassar fácil um milhão! O roteiro? Sem comentários. Novelas. Acho que já disse que houve um tempo em que escrever uma novela deveria necessariamente levar em conta duas leis: mocinho e mocinha têm que ser idiotas e não devem, nunca, enxergar um palmo diante do nariz, e as tramas devem ser idiotas, como se os personagens em geral, não conseguisses distinguir um colibri de um rinoceronte. Hoje um terceiro elemento deve ser levado em consideração: o público também tem que ser idiota! E por isso agora, a televisão brasileira vai de vento em popa, ampliando suas garras metálicas para o cinema brasileiro. Parafraseando Nelson Rodrigues, coloque um idiota em cima de um caixote numa esquina qualquer, dando um discurso, e dezenas, centenas, milhares de idiotas vão segui-lo cegamente. Não sei porque, mas aqui, deitado na poltrona, assistindo "O Astro", estou me sentindo um idiota perfeito. Mas tenho que considerar que a Regina Duarte é um gênio. Nesse capítulo de quarta-feira ela deu um show. Me fez jogar as cobertas pra cima, rir, gritar e aplaudir! Uma atriz como ela faz uma novela inteira parecer "E O Vento Levou"! E olha que ela, corajosamente, encarou uma parada dura: refazer um personagem que foi interpretado por Tereza Rachel, uma das atrizes mais poderosas que eu já vi na vida. As duas são ótimas, mas têm processos diferentes. A Regina interpreta com o coração e a Tereza com a xana, por isso a Tereza vai a lugares inimagináveis. Nenhum problema, a Regina me deu prazeres nesse capítulo de "O Astro" que eu não tinha há muito tempo na televisão. E o Tarcísio Meira? Em nova chanchada do Hugo Carvana! Deu uma declaração, no mínimo estranha: "Fazer galã é muito chato!". Ué, ele queria fazer galã aos 80 anos? Passou a vida inteira fazendo caras e bocas de mocinho e agora, sátiro gagá, faz a caricatura de si próprio "interpretando" um lelé da cuca desgovernado em "Não se preocupe, nada vai dar certo". O filme do Carvana pode até ser bom (e espero que seja!), mas o trailer é podre de ruim. Assisti "Hanna", do Joe Wrigth (Desejo e Reparação), com a Saoirse Ronan e a Cate Blanchet. É daqueles filmes excelentes que saem do nada pra chegar a lugar nenhum, mas são divertidíssimos! E a Cate Blachet, na maior cara de pau, interpreta a mesma bandida que fez no quarto Indiana Jones; só que lá de cabelos pretos e aqui ruivos. Ganhou o cachê fácil! Depois eu falo.

Um comentário:

  1. Como pode né? eu curtia o Carvana das antigas, até o Bar Esperança, depois, ele me parece em cima do muro, até no Vai trabalhar...2 eu o vejo tentando ser um tanto "importado", sei lá.

    Ei Edson, dá uma olhadinha neste momento de crise
    http://diegomarcell.blogspot.com/2011/08/reproducao-e-novidade.html
    Abs.

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